Acordo extingue ação de R$ 20 bilhões contra Samarco e acionistas

Termo de Ajustamento de Conduta entre a mineradora, suas acionistas e autoridades brasileiras inclui outras providências

Por Conexão Mineral 26/06/2018 - 10:00 hs
Foto: Samarco
Acordo extingue ação de R$ 20 bilhões contra Samarco e acionistas
Acordo feito pela Samarco e acionistas prevê maior participação dos atingidos na Fundação Renova

Foi celebrado ontem (25/06) o Termo de Ajustamento de Conduta entre Samarco Mineração S.A., suas acionistas, Vale e BHP Billiton Brasil Ltda. (BHP Brasil), e as seguintes instituições: Ministério Público (Federal e dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo), Defensorias Públicas, bem como Advocacias Públicas (da União e dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo). O acordo extingue ações judiciais relevantes, dentre as quais a Ação Civil Pública (ACP) de R$ 20 bilhões movida pela União e Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo. Quanto aos pedidos da ACP de R$ 155 bilhões, aqueles que estejam sanados pelo acordo serão imediatamente extintos. Os demais permanecem suspensos até comprovação de seu atendimento pelos programas da Fundação, ou eventual repactuação desses programas, levando à sua extinção futura. O acordo também estabiliza a discussão acerca das garantias judiciais fixadas no valor de R$ 2,2 bilhões.

"O acordo é importante pois demonstra convergência de interesses entre as partes, Vale, BHP Brasil, Samarco, Ministério Público, Advocacias Públicas e Defensorias Públicas, representando um avanço adicional para os atingidos, pois consolida e amplia o alcance das ações que já vinham sendo implementadas pela Fundação Renova", comentou Fabio Schvartsman, diretor-presidente da Vale. Os compromissos estabelecidos no acordo dependem de homologação judicial pelo juízo da 12ª Vara Federal Cível/Agrária de Minas Gerais.

Pelo documento assinado, a Fundação Renova vai assegurar a maior participação das pessoas atingidas e o estabelecimento de um processo de negociação visando à eventual repactuação dos programas destinados à reparação das consequências decorrentes do rompimento da barragem de Fundão, a ser discutida após o término dos trabalhos dos especialistas contratados pela Samarco para assessorar o Ministério Público.

A Fundação Renova continua como a entidade responsável pelos 42 programas pactuados no primeiro Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC) celebrado em março de 2016.  O acordo estabelece o prazo de dois anos para que os profissionais do Ministério Público, que acompanham a execução dos programas da Fundação Renova, apresentem suas opiniões.